Como você já sabe, muitas celebridades e até mesmo figuras históricas fumam ou fumavam maconha. Dentre esse grupo célebre, podemos dar destaque a alguém mais que especial: Frenchy Cannoli, vulgo “o rei do hash”. Seu legado é compartilhado até hoje, marcando não apenas uma geração, mas todos os fumantes de haxa ao redor do mundo! Nesse artigo vamos te contar um pouco sobre a vida e obra do rei do haxixe.
Nascido em 13 de dezembro de 1956, em Nice, na França, desde pequeno o mestre já sonhava com a ideia de conhecer o mundo: desbravar desertos e florestas, fazer percursos famosos como o Caminho da Seda e curtir a vida com tribos do Saara foi uma ideia que cresceu com ele. Mesmo com o haxixe já sendo ilegal na Europa, ao experimentar e ter suas primeiras experiências com o concentrado, Frenchy Cannoli se apaixonou e por isso se viu determinado a entender mais sobre essa forma milenar de consumir cannabis.
Em meados dos anos 70, o então professor e artesão decidiu abraçar a ideia e viajar o mundo, buscando o haxixe perfeito. Conhecendo diversos países e culturas, ele foi aperfeiçoando cada vez mais suas técnicas e descobrindo práticas, o que o tornou o maior especialista no assunto até os dias de hoje.
Atravessando países com produção tradicional de haxixe, como a Grécia, México, Marrocos, Índia, Paquistão, Nepal e até o continente latino americano, Cannoli aprendeu mais sobre os processos de produção e uso desse concentrado, em uma busca pelo melhor haxa de cada local. Após terminar sua longa busca, Frenchy se mudou para o estado da Califórnia e constituiu sua família, além de ser um importante ícone da legalização no estado.
Sua experiência era um bem que deveria ser compartilhado e passado para as próximas gerações, e Frenchy sabia disso. Acreditando no poder e direito à livre informação, o mestre reuniu todo o seu conhecimento e passou a dar aulas para hashmakers do mundo inteiro, algumas até mesmo disponíveis no youtube e legendadas. Esses seminários foram intitulados por ele como “Lost art of the hashishin”, e lhe renderam o título merecidíssimo de “O Rei do Haxixe”.
Não satisfeito, Cannoli também publicou inúmeros artigos, trazendo luz à história e aos métodos tradicionais e milenares da produção de haxixe, como o charas (ficando até 8 temporadas se aprofundando) e o hash marroquino. Segundo o próprio rei do hash, “Os dias durante esses meses foram uma experiência única. O calor, a altitude, o aroma inebriante das plantas, a resina vagarosamente se acumulando em suas mãos e a solitude do lugar era como o paraíso que todo hashishin (quem consome haxixe) sonha em viver.”
Além de tudo já citado, outra grande contribuição do rei do haxixe foi a tabela de classificação do Hash. É sério! O pesquisador catalogou e classificou diversos tipos, métodos e concentrados, refinando e globalizando o conhecimento da produção de haxixe ao redor do planeta, em uma tabela de qualidade do haxixe, com 10 fatores:
Aparência da resina, variando de acordo aos tricomas e avaliada manualmente;
A descrição da sensação durante o consumo foi chamada de corpo, assim como no vinho e cerveja, visando decidir o sabor do concentrado.
O aroma se trata da percepção olfativa da resina, ou seja: cheiro.
A complexidade e o equilíbrio tratam sobre a experiência de fumar. Sabores envolvidos, sentidos, harmonia de elementos etc.
A intensidade e duração identifica quanto tempo os sabores permanecem após fumar.
O melt é o rendimento de resina formada nos tricomas. Quanto mais puro o material, melhor o melt.
A maciez é a fumaça resultante do fumo.
A estabilidade é um indicador da qualidade do processo de secagem;
O gosto se refere ao sabor na hora de fumar;
O prazer geral é a experiência completa ao curtir um determinado tipo de hash.
Todos esses fatores são avaliados de 0 a 5, somados e multiplicados. Quanto mais próximo de 200 for, mais bem qualificado é o concentrado.
Nos últimos anos de sua vida, o legado de Frenchy Cannoli foi ainda mais aprofundado. Frenchy escreveu para algumas das revistas famosas sobre cultura canábica, além de participar de podcasts e conduzir suas próprias marcas.
Em colaboração com a Cannabinerd Consulting e High North Labs, Frenchy foi coparticipante da criação da Iniciativa de Pesquisa em Tricomas, um grupo em busca de aperfeiçoar os processos de envelhecimento das resinas para alcançar a produção do melhor haxixe possível, que sempre foi o seu sonho. A pesquisa e seus resultados estão disponíveis gratuitamente na página do Trichome Research Initiative.
Frenchy faleceu em 18 de julho de 2021, mas em vida viajou o mundo e descobriu um conhecimento único e especial que fez questão de democratizar. Agora, chegou a sua vez! Compartilhe esse artigo com seus amigos amantes (ou não) do hash e não deixe esse saber se perder!
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