Olá, querido maconheiro! Que tal se aprofundar um pouco mais no universo canábico? Se você já está cansado de fumar aquele prensado triste, xoxo, anêmico, manco, frágil e inconsistente, então esse texto é para você! O assunto de hoje é o Kush: uma das strains mais famosas entre os apaixonados por maconha de verdade.
O Kush é uma strain que, ao contrário da maioria das cepas de cannabis, deriva da Cannabis indica, contando também com algumas subvariedades híbridas. Originário do Afeganistão, no Norte do Paquistão e Noroeste da Índia, essa variedade de maconha conta com altos níveis de concentração de canabinol (CBN), o que o garante à erva diversas propriedades terapêuticas e medicinais.
O uso do Kush na sua região de origem remonta a tradições centenárias, mas foi somente a partir de 1960 que o Kush passou a ser comum ao redor do mundo. Com o ápice do movimento hippie, o turismo de retiros espirituais na área entrou em ascensão.
Bandas como os Beatles e The Who acompanharam essa tendência, e daí em diante a strain recebeu um grande hype. Inclusive, a música “Magic Bus” (do já mencionado The Who) foi inspirada nas viagens de um famoso ônibus com o trajeto de Amsterdã para o Nepal.
Grande parte das variedades mais famosas do Kush se tratam de plantas híbridas, com modificações genéticas visando potencializar as características desejadas por seus produtores. Por isso, a concentração de THC em algumas é muito superior à planta original, enquanto o CBD está presente em menor concentração. Conheça algumas delas:
Um pouco de droga, um pouco de fruta… Pois é, com o Banana Kush isso é literalmente uma realidade! Essa strain, que reúne o aroma e sabor da fruta, é resultado do cruzamento genético entre o OG Kush e uma espécie de banana - com isso, a planta é predominantemente indica (60%). É a ciência fazendo milagres!
Muito indicada quem busca relaxar e aliviar o estresse, esse bud entrega 18% de THC e baixo teor de CBD.
Essa variedade, também chamada de “BK”, possui grande efeito relaxante e é muito recomendada para quem busca aquele sono tranquilo ou dia de paz. Ela também é recomendada para aqueles que sofrem com a ansiedade e depressão, bem como a falta de apetite - acredite, com a BK, o que não vai faltar é larica. Ela é predominantemente índica (80%), e conta com a concentração de THC em 23% e baixo teor de CBD.
Mais um cruzamento da OG Kush, dessa vez com a strain Critical Mass, ambas Cannabis Indica. Com forte cheiro remetendo a terra molhada e citrino, essa strain é inconfundível, especialmente durante o período de floração. Possui 29% de THC e baixo teor de CBD.
Ela é uma ótima pedida para aqueles que buscam um sono tranquilo ou simplesmente relaxar. Entretanto, é bom maneirar: se fumada em excesso, pode gerar paranoia.
Essa é cepa pura, ou seja: basicamente, a planta mãe de todas as variedades de kush. Ela é uma planta 100% indica, encontrada nas regiões mantanhosas do Paquistão e Afeganistão, o que a confere um sabor adocicado. Contando com 20% de THC, ela é recomendada para aliviar dores, náuseas e estresse, ou simplesmente para quem deseja morgar um pouquinho.
Essa talvez seja a strain mais famosa e utilizada de Kush ao redor do mundo. Ela é predominante sativa (55%), e traz o melhor dos dois mundos: a brisa de uma, e o poder da outra (indica).
Com 25% de THC, essa variedade é estimulante, ao mesmo tempo em que é capaz de trazer tranquilidade e relaxamento.
Diferentona, única e inovadora: essas são algumas das características incríveis da strain Purple Kush. Além de ser 100% indica, seus buds tem uma coloração roxa impressionante, bem como 27% de THC e aroma adocicado.
Essa é uma strain para quem é exigente. Ela atua estimulando tanto o olfato quanto o paladar, te fazendo sentir aquele sabor incrível de baunilha através da sinestesia. Essa variedade é 70% indica e, na realidade, não é uma combinação entre cannabis e baunilha, mas sim entre as strains Afghan Kush e Kashmir OG.
Com 22% de THC, essa é uma boa pedida para quem busca uma experiência diferente.
Infelizmente, como tudo na vida, o Kush também tem um lado ruim. Muito popular em países como Serra Leoa, o uso indiscriminado de kush com aditivos químicos dos mais diversos se tornou um grande problema de saúde pública, acometendo inúmeras pessoas com o vício e aumentando as taxas de crimes e mortalidade. Mas será mesmo que isso é culpa do Kush?
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o que é chamado de “kush” nessa localidade não se trata da strain da planta, mas de uma droga homônima derivada da mistura da erva triturada com produtos químicos diversos e extremamente tóxicos. Tudo isso é feito de maneira ilegal, sem nenhuma fiscalização.
O que era apenas uma planta, transforma-se em uma grande mistura de substâncias altamente nocivas e problemáticas. E, por consequência, o Estado investe em coibir o consumo ao invés de criar parâmetros que garantam a qualidade do produto e segurança de seus usuários.
Do ponto de vista conservador, fica “mais fácil” prender ou internar os usuários do que enxergar a questão da forma que é devida. O nome disso? Guerra às Drogas, uma das políticas mais ineficientes e dispendiosas que ainda assolam a sociedade.
Basta refletir: quais são os países com menos problemas relacionados ao consumo de drogas? Os que contam com a liberação controlada e descriminalização, como Holanda e Uruguai e Argentina, ou os proibicionistas, como Brasil, Serra Leoa e Colômbia? A resposta é bem óbvia.
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