Nem só de haxa viverá o homem! A maconha é uma planta verdadeiramente completa. Dela podemos tirar diversos produtos e co-produtos, entre eles, os concentrados. Hoje, a Smoke Point vai te contar quais os tipos de concentrados de cannabis e suas diferenças.
Assim como todas as plantas, a maconha possui substâncias químicas com diferentes aplicações. Essas substâncias são, em sua maioria, lipossolúveis, ou seja: se dissolvem em óleos. É daí que nascem os famosos concentrados da maconha, com funções, usos e peculiaridades, de acordo com sua extração e composição.
Essas substâncias terpeno-fenólicas, ou seja, que conferem aroma, gosto e outras características únicas na planta, estão presentes nos tricomas (estruturas protetoras contra a perda de água e ação de predadores) das flores da cannabis e são conhecidas como canabinóides.
Um exemplo são os canabinóides mais “famosinhos”:
THC e
CBD, cuja extração resulta em um óleo concentrado com ampla aplicação na medicina, apesar de pouco democratizado.
Outro concentrado famoso (e bem mais utilizado) é ele: nosso querido haxixe! O haxa remonta à antiguidade, e é utilizado há milhares de anos em medicinas não ocidentais. Esse é um exemplo de quão versáteis os concentrados podem ser, e também, uma prova de que não é de hoje que a humanidade conhece as aplicações da planta e sua importância.
Agora que você já sabe o que eles são, é hora de conhecer os tipos de concentrados de cannabis e suas diferenças.
Cada substância presente na maconha possui propriedades distintas, e, por consequência, devem ser extraídas de acordo com a técnica mais adequada para preservar suas características.
Como mencionamos acima, os canabinóides são lipossolúveis, ou seja: sua extração depende do solvente adequado, obrigatoriamente oleoso. Os concentrados se dividem em duas categorias: os que são extratos e os que não são. Segue abaixo a aulinha de química, porque maconheiro não é bagunça:
Os extratos são feitos com solventes, e por isso popularmente conhecidos como “hash oils”. Dentro dessa categoria, existem ainda duas formas de dividi-los: de acordo com o solvente ou de acordo com a consistência.
Levando em consideração os solventes, os extratos são denominados BHO, quando usam gás butano; o PHO, que usam o gás propano; extrações com CO₂, que usam CO₂ supercrítico; e extrações alcoólicas, que utilizam álcool.
Já de acordo com a consistência, podemos classificá-los como: wax ou cera, no caso de extratos cerosos e opacos; sap, transparentes e gelatinosos; shatter, no caso dos que lembram vidro; pull'n'snap, com consistência tipo caramelo; e por fim budder, os extratos com uma textura opaca e fofa. Ao contrário do que muitos pensam, a consistência do extrato
não
afeta as propriedades medicinais ou psicotrópicas de maneira significativa.
Entre os não-extratos podemos citar o haxixe, rosin hash, dry sift e o kief, além do bubble hash, pois sua extração é realizada com água, que não é considerada um solvente quando tratamos de canábis.
Apesar da existência de mais de 80 canabinóides registrados, dois tipos de concentrados se destacam por terem maior potencial de uso medicinal: o THC e CBD.
O que verdadeiramente impacta no tratamento de doenças é a concentração dessas substâncias no óleo, que ao ser absorvido por nosso metabolismo, se associam a receptores do sistema nervoso e permite com que funções específicas sejam exercidas.
Ao interagir com esses receptores, conhecidos como
endocanabinoides, essas substâncias atuam em nosso humor, apetite, sono, disposição e até na sensação de dor. Os endocanabinóides são chamados dessa maneira porque o corpo humano produz substâncias muito parecidas ao THC, responsáveis por regular nosso metabolismo. A grande semelhança do THC faz com que ela tenha potencial positivo para atuar em todas essas funções.
Aproximadamente 183 milhões de pessoas fazem uso do óleo medicinal de THC e/ou CBD ao redor do mundo, tratando os principais sintomas de inúmeras doenças. O uso da maconha fumada e haxixe, em escala apropriada, também promove um efeito positivo no tratamento de doenças como insônia, cólicas menstruais, etc.
Antes da proibição da maconha nos EUA, no ano 1937, outra popular forma de utilização medicinal da maconha era através das “tinturas”: compostos extraídos ao se deixar as flores “curtindo” em álcool, resultando em um líquido aplicado em gotas. O álcool é um solvente universal, por isso é capaz de realizar ligações com os óleos essenciais presentes na maconha. Hoje, esse método volta a ter força, mas ainda é pouco conhecido.
Se tratando de uso recreativo, possuímos muito mais opções. Devido à sua alta concentração de THC, que muitas vezes ultrapassa 70%, o efeito psicotrópico da maconha é intensificado, e por essa razão os concentrados de cannabis são tão procurados.
Apesar disso, os concentrados de cannabis são relativamente difíceis de fazer, por isso, não se recomenda o preparo caseiro, exceto das composições que não demandam solventes. Nessa categoria, alguns exemplos são:
Já se tratando de concentrados com extração em solventes, podemos citar:
Vale lembrar que os métodos de extração de tipos de concentrados que demandam solventes
não
são recomendados para produção caseira, pois além da necessidade de equipamentos específicos para laboratórios, é empregado o uso de gases e outras substâncias extremamente nocivas à saúde em caso de inalação ou acidentes.
No caso da maconha medicinal, o método de uso mais eficaz é através da aplicação subcutânea das gotas do óleo, que é rapidamente absorvido e entra em contato com o sistema nervoso com mais facilidade. Além disso, concentrados em CBD não causam efeitos psicotrópicos.
O fumo ou a ingestão de maconha através da culinária canábica, como por exemplo através da manteiga de maconha, também pode ser aproveitado de maneira medicinal, mas é mais eficiente para quem busca o uso recreativo.
Para fumar os concentrados de cannabis, se recomenda levar em consideração suas propriedades físicas. Algumas substâncias podem ser fumadas normalmente quando misturadas à erva ou ao tabaco, mas em vapes ou bongs o aproveitamento é mais eficiente.
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