Fala, meus consagrados! Que maconha e Smoke Point tem tudo a ver, você já sabe. Mas ainda mais importante que fumar, é debater sobre o tema e lutar pelos direitos relacionados à cannabis. O maior movimento em busca desse objetivo é ela: nossa queridíssima Marcha da Maconha. Hoje vamos aprofundar um pouco mais em seus motivos e como foram as principais manifestações da Marcha em 2022.
Como já te contamos antes, a Marcha da Maconha é um movimento internacional que tem como objetivo máximo disseminar informação e lutar pela legalização da Cannabis, seja medicinal, recreativa ou para os mais diversos usos.
Ela é um movimento anual que reúne manifestantes das mais diversas classes, gêneros e idades, com um objetivo em comum: lutar pelo direito de usar a cannabis com segurança, sem recriminação, buscando pressionar o poder público por políticas eficazes e adequadas. Afinal, a maconha é uma
planta,
e simplesmente não faz sentido tratá-la como nada diferente disso.
A Marcha da Maconha de BH desse ano ocorreu no dia 20 de agosto, completando 14 anos, e é claro: a Smoke Point marcou presença. Ainda estão previstas
manifestações em outras cidades brasileiras, completando nosso calendário canábico. O encontro ocorreu com a garantia de que a polícia não poderia reprimir o ato.
Milhares de pessoas se reuniram nesta edição, a 14ª desde a chegada do evento ao Brasil. Uma das conquistas que marcaram esse ano foi a determinação da
não intervenção
da Polícia Militar, determinada pela lei.
A Marcha surgiu no ano de 1998, na cidade de Nova York, e foi disseminada em todo o mundo nos principais centros urbanos pelos ativistas canábicos, e hoje já ocorre anualmente em 485 cidades. Sua idealizadora foi a ativista americana Dana Beal, em conjunto com parceiros da CannabisCulture.com e Cannabis Magazine.
Outro aspecto forte da Marcha da Maconha é a intenção de trazer visibilidade a estudos científicos relacionados ao mundo canábico, bem como desmistificar a visão do “usuário” presente no senso comum. Qualquer um pode fumar maconha: seu irmão, pai, mãe, avô, amigo, médico, enfim: literalmente,
qualquer um.
Fumar maconha não significa que o indivíduo é disfuncional em nenhum aspecto: o uso consciente é feito por pessoas adultas, com discernimento e capacidade de tomar decisões.
O movimento foi idealizado como uma forma de protesto e desobediência civil não violenta, destinada a incentivar a mudança do sistema legislativo tendo em vista a cannabis da forma que ela verdadeiramente é, ao invés de uma “ameaça” ou outras ideias popularmente difundidas para justificar a guerra às drogas.
Vale lembrar que a
proibição do comércio da Cannabis e seus derivados no Brasil
acontece não por razões científicas ou médicas, mas sim devido a uma cultura enraizadamente racista.
No resto do mundo, não é muito diferente: o consumo de Cannabis é associado às populações periféricas, vítimas de constante repressão policial, social e econômica. Na realidade, tudo isso ilustra em um panorama maior uma necropolítica com objetivo único de justificar ações questionáveis dos Estados modernos.
No Brasil, desde o ano de 2011 existe jurisprudência favorável à realização da marcha, em decisão do STF que afirma o movimento como uma forma de liberdade de expressão dentro dos limites constitucionais.
Desde então, a Marcha da Maconha vem conquistando cada vez mais adeptos e apoiadores.
A primeira e mais óbvia maneira de apoiar o movimento, é participando. Mas você pode expandir a sua atuação para além das ruas: disseminar informação de qualidade e cientificamente comprovada, por exemplo, é uma ótima forma de trazer ao menos um pouco mais de clareza sobre o tema para pessoas que ainda não se aprofundaram.
É muito improvável que você convença qualquer “tiozão” ou parente cabeça dura, principalmente levando em consideração o atual estado de diálogo que o brasileiro se encontra hoje. Porém, ao compartilhar fatos, você faz a sua parte em um grande movimento que busca acabar com preconceitos e equívocos a respeito da maconha, e esse já é o primeiro passo para a mudança.
Além disso, existe uma tarefa crucial, mas muitas vezes negligenciada: a responsabilidade eleitoral. É votando que a gente incentiva o sistema a mudar, ao menos em tese. Encontre candidatos que defendam pautas como essas, e os apoie diretamente nas urnas.
Por fim, o mais importante é manter a cabeça erguida e o baseado acesso! Não desista de tentar mudar o mundo em que vivemos hoje, afinal, sua voz compõe um grande mosaico chamado democracia.
Faça a sua parte! A Smoke Point está aqui para te auxiliar com novidades, informações e, principalmente, fatos.
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