Saudações, camaradas! Ano novo, vida nova, não é mesmo? Que tal se a gente aproveitasse essa época tão especial para sonhar um pouquinho? Não custa imaginar um mundo melhor. Hoje, trouxemos para vocês 23 motivos para apoiar a legalização da maconha em 2023.
O tráfico de drogas só existe por um motivo: a guerra às drogas. Foram as políticas proibicionistas que criaram esse monstro, e acabar com elas é acabar com a grande cortina de fumaça que nos omite a verdade. A demanda sempre vai existir, mas enquanto as drogas forem proibidas, é o crime organizado que a supre.
Grande parte da violência relacionada ao uso das drogas é devido ao seu status de ilegalidade. O tráfico hoje é visto como uma forma de ascensão social para pessoas que notadamente são marginalizadas na sociedade e carecem de oportunidades. O incentivo ao roubo, mortes violentas por dívidas, agressões, etc. são um fruto direto disso.
No Brasil, jovens negros são “traficantes”, independentemente da quantidade, enquanto brancos são “usuários”. Aproximadamente 70% da população carcerária do Brasil é negra: o encarceramento em massa dessa população é um reflexo do preconceito e racismo da sociedade brasileira. Prisões muitas vezes arbitrárias, violentas e injustas são uma realidade oriunda da necropolítica do Estado brasileiro.
O mercado de narcóticos movimenta aproximadamente R$19 bilhões todos os anos no Brasil. Dinheiro que vai parar na mão de traficantes, policiais e políticos corruptos, ao invés dos cofres públicos.
Em todos esses anos de combate às drogas no Brasil e no mundo, proibir fez alguém parar de usar? Só em 2021, os estados do RJ e SP desembolsaram aproximadamente R$5,2 bilhões de reais na guerra às drogas. Proporcionalmente, o mesmo valor equivale a um ano de aluguel social (auxílio emergencial) para 156 mil famílias.
Não é só de helicóptero que estamos falando: o tráfico prevalece no Brasil porque a proibição faz encher o bolso de MUITA gente, desde empresários, bicheiros e traficantes a até políticos conhecidos e populares. Nos últimos 5 mandatos, todos os governadores do Rio de Janeiro, por exemplo, foram presos por casos de corrupção e ligação com o crime organizado.
Com a maconha legalizada, novos postos de emprego seriam demanda urgente na indústria farmacêutica, do fumo, de acessórios e outros subprodutos da erva e do cânhamo.
A compra e venda legalizada gera um dinheiro que entra não só nos cofres públicos, mas em todos os setores do mercado, desde a indústria ao pequeno comerciante.
Como já foi dito, só proibir não adianta nada. Com a legalização, políticas públicas voltadas ao consumo consciente trazem grande impacto ao veicular informação de maneira responsável e honesta, ao invés de apenas propagar o medo. É o caso das campanhas antitabagismo, que diminuíram em aproximadamente 40% o número de fumantes desde sua veiculação.
Nações como o Brasil, Colômbia e Venezuela são assoladas pelo narcotráfico e comandadas pela influência dos cartéis das drogas. A proibição também possibilita aos países desenvolvidos manter grande poder político sobre as nações que são produtoras com o patrocínio de programas de controle das drogas. A legalização acabaria também com a interferência política de outros Estados sobre as nações produtoras.
Simples assim. O Brasil é o país com a polícia que mais mata e mais morre. Sabemos que existe outro jeito.
Com o controle governamental e regulamentação a respeito das quantidades, faixa etária e locais para o consumo, é mais fácil incentivar e fiscalizar o consumo consciente pela população.
O conhecimento é a maior arma contra a ignorância. A melhor forma de acabar com preconceitos é conhecendo aquilo que te incomoda. Ninguém precisa usar maconha para saber que ela não é o fim do mundo, mas ter contato com algo no dia a dia certamente nos mostra o quanto aquilo pode ser simples ou banal, bem diferente do que imaginávamos.
Com fiscalização adequada de órgãos reguladores como a ANVISA, tanto os padrões de qualidade da erva quanto de utensílios relacionados ao uso são uma questão que passaria a receber mais atenção. Assim, a necessidade de compartilhamento e uso de objetos não tão seguros como cachimbos improvisados, ou até mesmo seringas (no caso de outras drogas) é menos encorajada.
Será mesmo que é certo alguém ser taxado de criminoso por simplesmente fumar um mato?
Com a descriminalização, o custo do cultivo indoor e do preparo e/ou acesso à medicação cai, democratizando os tratamentos à base de cannabis.
Com o fim do tabu, novas portas serão abertas à medicina canábica, que contaria com a possibilidade de ser disseminada nos sistemas de saúde pública e privada.
Uma nova possibilidade surge ao se facilitar os subprodutos da cannabis, possibilitando o desenvolvimento de materiais sustentáveis e mais baratos na indústria.
Outra face do narcotráfico são as milícias e facções, que incutem medo e terror na população. Ao desmontar o narcotráfico, grande parte dos recursos financeiros e poder desses bandidos é drenado, facilitando o combate ao crime.
Você se garante com seu prensado? Pois é! A legalização impulsionaria a criação de novas instâncias regulatórias, estipulando qualidade e características mínimas aceitáveis para a maconha em comercialização.
A maconha é uma planta que ainda conta com muitas facetas a se descobrir, nos diversos campos da ciência. A possibilidade de estudá-la a fundo, sem restrições, abre um precedente para novos achados científicos, invenções e soluções.
Você não precisa gostar de tabaco ou álcool, mas isso não significa que você tenha que odiar aqueles que consomem. Por que o mesmo não valeria para a erva?
Diversos estigmas passam a ser extirpados a partir do momento que enxergarmos a maconha como aquilo que ela realmente é: uma planta. O que mata mesmo é a intolerância, a cobiça e a busca pelo poder.
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